domingo, 14 de outubro de 2012

CÁLICE TRANSBORDANTE...


Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda
(Salmo 23:5).
Há um processo necessário para tornar nossa alma capaz de afirmar: “O meu cálice transborda”.Essa não é a experiência do salmista na primeira parte do Salmo. Ali, ele diz:“O Senhor é meu Pastor”, e acrescenta: “Nada me faltará”. Encontramos o cuidado do Pastor revelado nos pastos verdes e nas águas de descanso, nos quais a alma se revigora para andar nas “veredas da justiça, por amor do Seu nome”.
Mas na última parte do Salmo há uma mudança notável. A alma já não está mais nos pastos verdes e nas águas de descanso, e sim no vale da sombra da morte, ou seja, no leito de morte. Esse é o significado mais comum atribuído a essas palavras. Na prática, a experiência deste Salmo é mais compreendida no leito de morte. Mas não tem de ser assim. Não é isso o que está implícito no versículo: “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida”.
Para aqueles que conhecem o Senhor, existe uma morte maior que a nossa. Certamente é a sombra de Sua morte, a morte do Salmo 22, que se estende como pano de fundo de toda a história deste mundo. O mundo no qual nosso Senhor foi crucificado é o vale da sombra da morte.
Então o que resta para nós? “Tu estás comigo”. O próprio Pastor é muitíssimo mais precioso que Seu cuidado. Ele é mais precioso do que tudo o que pode dar. Quando a alma atinge a maturidade para entender isso, compreender a cena de Sua cruz, passa-se do estágio de “Nada me faltará” para “Meu cálice transborda”.

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