Lutero repentinamente chegou à percepção de que a justiça de Deus, da qual Paulo falava nessa passagem, não era a justiça pela qual Deus era justo em si mesmo (que seria uma forma passiva de justiça), mas a justiça pela qual, por causa de Jesus Cristo, Deus tornou justos pecadores (isto é, justiça ativa) através do perdão dos pecados na justificação. Quando descobriu isso, Lutero afirmou que os próprios portões do Paraíso haviam-se aberto para ele.
Que verdade atordoante!
Justificação pela graça mediante a fé é a frase erudita dos teólogos para o que Chesterton chamou certa vez de amor selvagem de Deus. Ele não é instável nem caprichoso; não conhece épocas de mudança. Deus tem um único posicionamento inflexível com relação a nós: ele nos ama. Ele é o único Deus jamais conhecido pelo homem que ama os pecadores. Falsos deuses, criados pelos homens, deseja que os homens paguem suas faltas, mas o Pai de Jesus ama a todos, não importa o que façam. Isso é naturalmente incrível demais para aceitar. No entanto, a afirmação central da Reforma permanece: não por qualquer mérito nosso, mas pela sua bondade, tivemos nosso relacionamento restaurado com Deus através da vida, da morte e da ressurreição do seu amado Filho. Essa á a boa nova, o evangelho da graça.
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