domingo, 30 de outubro de 2011

O mensageiro e a mensagem...



A primeira ordem de Jesus é "vem e segue-me". A última é "vá e pregue". A Igreja enfatiza muito a última ordem porque ela dá o sentido de missão e de propósito de ser da própria Igreja, mas há um perigo gigantesco em atender a essa ordem sem haver atendido à primeira antes.
Jesus nos constituiu pregadores a toda nação, tribo, língua e povo, mas também nos chamou para uma condição de filhos e filhas de Deus. É como filhos e filhas que levamos a mensagem ao mundo. Não somos um mensageiro cuja missão seja entregar uma mensagem que nem sabemos qual é, depois lavar as mãos e dar a missão por cumprida. Nós levamos a mensagem que vivemos. O Evangelho é pregado "em testemunho" (Mateus 24:14). Não somos meros veículos de uma mensagem; somos a própria mensagem, somos uma carta escrita de modo tal que todos que não abrem uma Bíblia a possam ler de forma inequívoca no nosso sorriso, nas nossas escolhas, na nossa conduta e nas prioridades que elegemos para nossa vida.
Às vezes penso em Noé. Pedro diz que Deus o constituiu "pregoeiro da justiça" e Hebreus afirma que pela sua justiça ele condenou os homens de seu tempo. Significa que Noé não apenas limitou-se a construir a arca segundo o modelo mostrado por Deus, mas que ele se ocupou de pregar a seus contemporâneos acerca do juízo que viria. Quando a chuva enfim veio, encontrou Noé e sua família abrigados na arca, o que significa, por outro lado, que Noé não apenas pregava. Chegava um momento em que ele pedia licença porque tinha uns pregos a pregar. Havia coerência estrita entre a pregação e a vida do pregador. Sua família notava isso.
A Igreja tem uma missão e essa missão envolve também pregar acerca de um juízo que está se aproximando.

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